É absolutamente necessário que todos os elementos utilizados no setor de
A & B tenham um controle efetivo, a fim de que se possa obter um lucro
razoável para a empresa.
ELEMENTOS DOS CUSTOS
MATERIAL
? %
MÃO-DE-OBRA
25%
GASTOS
GERAIS
20%
LUCRO LÍQUIDO
? %
- Material: todo o ingrediente utilizado no preparo de alimentos e bebidas e seus complementos, tais como: palito da cereja do coquetel, o canudo do “long drink”, o guardanapo do sanduíche, enfim, todo o material necessário para a apresentação do produto ao cliente.
- Mão-de-obra: todo o gasto relativo ao funcionário – salário, 130, férias, FGTS, alimentação, vestuário, lavanderia, alojamento, etc.
- Gastos gerais: todo o gasto relativo ao imóvel – aluguel (se houver), luz, água, gás, impostos, seguros, juros do capital investido, depreciação do prédio, do mobiliário, dos equipamentos, reparos, reposições, impressos, material de escritório, publicidade, material de limpeza, correspondência, fax, combustível, telefone, etc.
- Vendas: é o resultado que se busca no final de um período, para fazer face não só aos gastos, mas também e principalmente para ser ter um retorno financeiro compatível com o trabalho executado.
CONTROLE
DA ÁREA DE A & B
É importante
que se conceitue Despesa e Custo ao organizar-se um controle na
área de A & B.
Despesa:
é todo o gasto que não traz um retorno de receita, como o gasto com luz, gás,
combustível, aluguel, mão-de-obra, etc.
Custo:
é todo o gasto que no final será revertido em receita, tais como os
ingredientes de um prato, as bebidas para elaborar um coquetel, a decoração
para um banquete, etc.
Portanto, para
um controle efetivo, é necessário observar que:
- Os gastos sejam determinados para se avaliar quais as despesas e os custos;
- O lucro só é obtido quando todas as despesas e os custos forem cobertos;
- Este lucro vai depender do volume de vendas que ocorrem no período analisado, tendo um ponto de equilíbrio que pode ser determinado em função da relação do custo/receita, conforme especificado adiante;
- Deve-se ter em mente que o controle desses % dos elementos dos custos deve ser feito em uma periodicidade tal que, ao menor descompasso, atitudes corretivas imediatas possam ser tomadas, sem prejuízo para a empresa.
PREÇO DOS INSUMOS CUSTO DO PRATO PREÇO DE VENDA DESEMPENHO DO
RESTAURANTE (aceitação do produto) PONTO DE EQUILÍBRIO e LUCRO.
Não é tarefa
fácil determinar todos os gastos relativos ao preparo de produtos de A & B
(custo/despesa), pois inclui:
§
Conhecimento
da mercadoria: aparência, variedade, sazonalidade, marcas, preços,
rendimento, validade, etc.;
§
Controle
de compras e recebimento por
parte do almoxarifado;
§
Armazenagem
correta;
§
Planejamento
de cardápios de acordo com local, cliente, potencial da cozinha, etc.;
§
Receitas
pré-dimensionadas e em fichas técnicas
que permitem o cálculo;
§
Preparo e
porcionamento correto das porções;
§
Organização
do fluxo de preparação: tempo
x funcionário;
§
Controle de
perdas e aparas, com utilização das sobras;
§
Inventário
das latas de lixo;
§
Regularidade
nos inventários do complexo cozinha;
§
Serviço
junto ao cliente, efetuado por pessoal de atendimento, que repercute na
produção.
De acordo com o tipo de
restaurante (ambiente, local, cozinha, equipamentos, louça, talheres, cristais,
roupa de mesa, tipo de serviço executado, número de funcionários da sala,
capacidade, público-alvo, etc.), o CUSTO do alimento pode ser previsto em:
Restaurante
popular = 40%
Restaurante
médio = de 37 a 32%
Restaurante
mais dispendioso= 30 a 28%.
Para controlar se as metas
previstas (% de custo do alimento) estão sendo alcançadas, é necessário que
levantamentos periódicos sejam efetuados, para verificar o comportamento, tanto
do custo do alimento, como da receita auferida no mesmo período:
custos
% dos custos dos alimentos = x 100
receita
Quando o resultado for maior que a meta esperada, alguns pontos
importantes podem ser analisados:
- Aumento de compras, sem a utilização prevista, ou exagero de aquisições;
- Mudança no comportamento do cliente, como por exemplo, diminuição nos pedidos de filés e um aumento nos pratos de massas;
- Alimentos mal-preparados, que não podem ser servidos, necessitando de nova preparação;
- Cliente insatisfeito (retorno das travessas quase cheias), mas sem verbalização do fato;
- Porções servidas sem controle;
- Deficiência na hora das compras: artigos novos ou inferiores (rendimento/aceitação);
- Estocagem inadequada, acarretando perda de mercadoria;
- Preço excessivo dos fornecedores;
- Desperdícios ;
- Furtos ;
- serviços displicentes , ocasionando evasão da clientela;
- erro por parte da administração, solicitando metas com % não-condizente com a realidade da empresa.
Cálculo de custo / Preço de Venda
A fim de manter o cálculo de
custo e preço de venda sob controle, devemos manter produção padronizada
através do:
Peso
Uso dos mesmos ingredientes
(marca, etc.)
Uso do fator de correção
Número exato de porções e/ou
tamanhos padronizados
Ficha Técnica
Vantagens da
utilização de ficha técnica:
·
Padronização
·
Facilita o preparo
·
Melhor compreensão da receita
·
Racionalização do trabalho
·
Aumento da produtividade do cozinheiro
·
Melhor organização do trabalho
·
Base para cálculo do “food – cost” (preço do prato)
·
Instrumento eficaz para manter a qualidade
·
Facilita o desempenho de novos funcionários
Nas etapas de
produção devemos destacar os pontos de perigo, por etapas de preparo:
·
Determinar seqüencialmente as atividades para diminuir o tempo de
exposição do alimento.
·
Agilizar processos e garantir um bom fluxo operacional para que não
haja contaminação de alimentos.
Estrutura da ficha técnica:
Existem vários
tipos de fichas técnicas. Abaixo, alguns exemplos:
Modelo no.1:
FICHA TÉCNICA N°:
|
||
RECEITA:
|
||
RENDIMENTO:
|
||
QUANTIDADE
|
UNIDADE
|
INGREDIENTE
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
PASSOS
|
QUANT.
|
UNID.
|
INGREDIENTE
|
ESPECIFICAÇÕES
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
OBSERVAÇÕES
GERAIS:
Tempo de
preparo:
|
|
Relação de
equipamentos:
|
|
Quadro
Fotográfico:
|
|
Viabilidade
Financeira
|
|
Modelo N°: 2
Nome da
receita:
Rendimento:
|
Custo da
receita:
Custo da
porção:
|
|||||
Ingredientes
|
Quantidade
|
F.C *
|
Preço
|
Custo
|
||
|
|
|
|
|
||
|
|
|
|
|
||
|
|
|
|
|
||
|
|
|
|
|
||
|
|
|
|
|
||
|
|
|
|
|
||
|
|
|
|
|
||
Modo de
preparo:
Custo total:
1-
2-
3-
4-
5-
Obs:
|
Obs * F.C = fator de correção: Para se poder determinar quantidades
certas para comprar e avaliar o preço total da compra de alimentos,
principalmente daqueles que apresentam perdas inevitáveis (cascas, aparas,
etc.), foi estabelecido o Fator de Correção.
Esse fator é uma constante decorrente da relação entre Peso bruto
(alimento conforme se adquire) e Peso líquido (alimento depois de limpo e
preparado para utilizar). Ex: compramos 1.000 g de chuchu. Depois de limpo
verificamos que dispomos apenas de 500 g de chuchu.
Fator de Correção:
P. B (peso
bruto) 1.000 g
F.C. = ___________________ =
_____________ = 2
P.L (peso
líquido) 500 g
Conseqüentemente,
o Fator de Correção para aquela qualidade de chuchu é 2. Sempre que tivermos
que comprar chuchu, multiplicaremos a quantidade total prevista para servir,
por dois, obtendo a quantidade total a comprar.
O fator de
correção é uma constante para cada tipo de alimento; quer se compre 1 Kg ou 100
Kg de chuchu, dever-se-á multiplicar pelo F.C .2.
Cada serviço de
alimentação deve estabelecer sua Tabela de Fator de Correção de acordo com o
tipo de alimento que adquire, para maior segurança das quantidades a comprar.
Tabelas : Fator de Correção de
alimento
Alimentos
|
Fator de correção
|
Vegetais grupo A (5 % H.C)
|
F.C
|
Abobrinha
|
1,33 – 1,38
|
Acelga
|
1,54 – 1,66
|
Agrião
|
1,78
|
Aipo
|
1,11 – 1,58
|
Alface
|
1,09 – 1,33
|
Alho
|
1,08
|
Alho poró
|
1,35 – 2,22
|
Aspargo
|
2,00
|
Beldroega (tipo de urticária comestível)
|
|
Berinjela
|
1,04 – 1,08
|
Brócolos
|
2,12
|
Broto de bambu
|
3,33
|
Caruru
|
2,00
|
Chicória crespa
|
1,40
|
Chicória lisa
|
1,12 – 1,15
|
Coentro
|
1,1
|
Couve
|
1,60 – 2,22
|
Couve-flor
|
2,22 – 2,46
|
Dente – de – leão
|
|
Escarola
|
1,92
|
Espinafre
|
1,78
|
Funcho
|
1,07
|
Pepino
|
1,42
|
Rabanete
|
1,10
|
Repolho
|
1,72
|
Salsa
|
1,10
|
Serralha
|
|
Taioba
|
1,15
|
Tomate
|
1,25
|
Vegetais grupo B ( 10 %)
|
Fator de correção
|
Abóbora
|
1,15 – 1,64
|
Alcachofra
|
2,08
|
Bardana
|
1,51
|
Beterraba
|
1,61 – 1,88
|
Calaburra
|
|
Cebola
|
1,03 – 2,44
|
Cenoura
|
1,17
|
Chuchu
|
1,47
|
Ervilha fresca
|
1,81 – 2,20
|
Fava fresca
|
2,94
|
Jiló
|
1,09
|
Maxixe
|
1,03
|
Nabo
|
1,08 – 1,15
|
Pimentão
|
1,26
|
Quiabo
|
1,22
|
Rábano
|
2,04
|
Vagem
|
1,41
|
Vegetais Grupo C
|
Fator de Correção
|
Batata doce
|
1,13 – 1,33
|
Batata inglesa
|
1,06
|
Cará
|
1,35
|
Inhame
|
1,40
|
Mandioquinha
|
1,15
|
Mandioca
|
1,39
|
Milho verde
|
2,63
|
Aves
|
Fator de Correção
|
Codorniz
|
1,49
|
Faisão
|
1,81
|
Frango
|
2,38
|
Galinha
|
1,72
|
Ganso
|
1,69
|
Pato
|
1,56
|
Perdiz
|
2,56
|
Peru
|
1,64
|
Pombo
|
1,66
|
Crustáceos
|
Fator de Correção
|
Camarão
|
4,10
|
Caranguejo
|
8,33
|
lagosta
|
2,78
|
Mariscos
|
Fator de Correção
|
Mexilhão
|
3,45
|
Ostra
|
5,52 – 10
|
Ovos
|
Fator de Correção
|
Ovo galinha
|
1,12
|
Ovo pato
|
1,15
|
Ovo peru
|
1,13
|
Ovo tartaruga
|
1,10
|
Peixes
|
Fator de Correção
|
Arenque
|
1,78
|
Bacalhau
|
2,52
|
Bonito
|
1,72
|
Carpa
|
2,56
|
Enguia
|
1,31
|
Esturjão (defumado)
|
1,17
|
Linguado
|
2,56
|
Merlusa
|
1,66
|
Peixe-rei
|
1,81
|
Pescadinha
|
2,00
|
Robalo
|
2,08
|
Salmão
|
2,17
|
Surubi
|
1,57
|
Truta
|
2,04
|
Tartaruga
|
Fator de Correção
|
Do mar
|
4,16
|
De rio
|
4,76
|
Vacum (carne)
|
Fator de Correção
|
Acém
|
1,11 – 1,28
|
Alcatra
|
1,12 – 1,20
|
Chã de dentro
|
1,10 – 1,13
|
Filé mignon
|
1,01 – 1,20
|
Pá
|
1,61 – 1,69
|
Patinho
|
1,10 – 1,13
|
Peito
|
1,10 – 1,15
|
Lagarto
|
2,22 – 2,44
|
Frutas Frescas
|
Fator de Correção
|
Abacate
|
1,33 – 1,68
|
Abacaxi
|
1,89
|
Ananás
|
1,68 – 1,88
|
Anona (gravíola)
|
2,44
|
Araçá
|
1,16
|
Banana d’água
|
1,66
|
Banana- maçã
|
1,58
|
Banana de São Tomé
|
1,31
|
Banana –ouro
|
1,22
|
Banana – prata
|
1,51
|
Caju
|
1,28
|
Caqui
|
1,06
|
Cereja
|
1,06 – 1,31
|
Coco maduro
|
1,79
|
Coco verde
|
7,40
|
Damasco
|
1,06
|
Figo de cacto
|
1,27
|
Fruta – do – conde
|
1,33
|
Fruta pão
|
1,30
|
Goiaba
|
1,22
|
Jaca
|
4,13
|
Laranja
|
1,39 – 2,13
|
Lima
|
1,31 – 1,71
|
Limão
|
2,26
|
Maçã
|
1,14 – 1,35
|
Mamão
|
1,47 – 1,79
|
Manga – espada
|
1,55
|
Melancia
|
2,17
|
Melão
|
1,04
|
Morango
|
1,04 – 1,20
|
Pêra
|
1,20
|
Pêssego
|
1,25
|
Pitanga
|
1,23
|
Tamarindo
|
2,08
|
Tangerina
|
1,30 – 1,43
|
Tâmara
|
1,15
|
Uva branca
|
1,21
|
Uva preta
|
1,28 – 1,33
|
Frutas secas
|
Fator de correção
|
Ameixa
|
1,17 – 1,22
|
Amêndoa
|
1,81
|
Avelã
|
2,08 – 2,10
|
Azeitona
|
1,19 – 1,37
|
Castanha
|
1,31
|
Castanha-do-pará
|
2
|
Coco
|
1,88
|
Figo
|
1,03
|
Nozes
|
2,50 – 6,14
|
Pinhão
|
1,72
|
Uva
|
1,11
|
Leguminosas Secas
|
Fator de Correção
|
Amendoim com casca
|
2,69
|
Amendoim sem casca
|
1,33 – 1,38
|
Ervilha seca
|
1,03
|
Fava
|
1,03
|
Grão de bico
|
1,03
|
Lentilha
|
1,03
|
Soja
|
1,88
|
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