Os bares, restaurantes e
similares, incluindo-se os diferentes pontos de vendas dos meios de hospedagem,
precisam apresentar os diversos produtos oferecidos para consumo. Estes
produtos são expostos no Cardápio, também conhecido pelo nome francês “Menu”
ou “Carte” (que gerou o galicismo “carta”).
Entretanto, existem diferenças
entre os termos, e um futuro profissional de A&B necessita conhece-las.
Cardápio:
lista de
pratos, ordenados seqüencialmente em
vários grupos, deixando ao cliente
a liberdade de escolha na composição do seu menu , dentre as opções
oferecidas (e muitas vezes não oferecidas).
Menu: engloba um determinado número de serviços
(pratos) previamente definidos e dispostos seqüencialmente para compor uma refeição. Começa com pratos
leves, passando aos mais consistentes e culminando com os mais delicados ou
finos.
Tipos de Menus:
- Clássico
- Moderno
- Simplificado.
Menu Clássico - ordenamento composto de 13 serviços, de acordo com a
culinária francesa (referencial).
1.Hors-dóeuvre froid (petiscos frios)
2.Potage (cremes, caldos ou sopas)
3.Hors-dóeuvre chaud (petiscos quentes)
4.Poisson (peixes)
5.Relevé/Grosse pièce (pedaços de carne inteiros)
6.Entrées (entradas)
7.Sorbet
8.Rôti chaud, salade (assado quente, salada)
9.Rôti froid (assado frio)
10.Légume (legumes)
11.Entremets (confeitaria)
12.Savouries (especialidades muito apimentadas)
13.Dessert (sobremesa)
Sorbet: é um gelado com pouco açúcar e de paladar ácido, com uma massa
leve, onde se percebem os grânulos do gelo. Os sabores são de limão, laranja,
abacaxi, champanhe, etc., que têm a particularidade de retirar de nossas
papilas gustativas todo o sabor anteriormente degustado, preparando-nos para
outros pratos; por isso, são servidos no meio de uma refeição de muitos
serviços.
Menu Moderno: a estrutura
básica permanece a mesma do clássico, porém, algumas mudanças acontecem – os
“savouries” foram excluídos do menu e cedem lugar ao serviço de queijo
(fromage). Os “entremets” (produtos de confeitaria) passam a fazer parte do
serviço “dessert” (sobremesa). O serviço “légumes” (legumes) deixa de ser um
grupo e passa a compor a guarnição dos pratos:
1.Hors-dóeuvre
froid
2.Potage
3.Hors-dóeuvre
chaud
4.Poisson
5.Relevé/Grosse pièce
6.Entrées chaudes
7.Entrées froides Plat
de resistence garni
8.Sorbet
9.Rôti, salade
10.Légume
12.Savouries Dessert
13.Dessert
Fora de uso Fromages
Menu
Simplificado: tem, também, o menu clássico como referencial, apesar dos serviços
terem sido reduzidos a três, quatro ou cinco pratos.
1.Hors-d
’oeuvre froid
2.Potage
3.Hors-d
’ouvre chaud
4.Plat de
resistence garni
5.Fromages
6.Dessert
Caso
um restaurante queira trabalhar somente com menus, deve criar uma “Carte
des Menus ”, também denominada Menu.
Nesse
caso, o comensal opta pela escolha de um deles.
Esta
opção abre espaço para a oferta de empratados, embora não seja uma sistemática
de restaurantes “ à la carte ”.
Em
restaurantes de hotéis de veraneio, águas termais e similares,é possível
oferecer um “buffet ” ou um menu diário ou ainda duas ou três opções de menus
com diferentes serviços.
Os
pratos que compõem um menu devem ser equilibrados, variados e adequados a cada
tipo de evento e devem respeitar as regras nutricionais.
A “Carte
des Menus ” pode também apresentar menus com temas, para variar e/ou
cativar a clientela. A feijoada, a moqueca, etc., são bons temas.
Exemplo
de Menu:
Reveillon da Paz
Terrine
de truta defumada com geléia de pimenta
Creme
de lagosta ao brie com tâmaras
Torta
folhada com bacalhau ao damasco turco
Risoto
de nozes com faisão
Pêra
ao vinho com sorvete de pistache
Cardápio (“Carte de Mets”)
Menciona uma
lista de pratos,
ordenados seqüencialmente em
vários grupos, deixando ao cliente
a liberdade de escolha na composição do seu menu , dentre as opções
oferecidas (e muitas vezes não oferecidas).
O
serviço “à la carte ” consiste exatamente nisso.
O
cardápio também pode conter a “Sugestão
do Chefe” ou a “Sugestão do Dia”, uma
estratégia muito utilizada para realizar algum desabastecimento necessário, ou
oferecer sugestões de valor mais baixo.
Layout de cardápios
O
layout deve merecer cuidados especiais, no que diz respeito à sua composição,
redação e apresentação, pois é o cardápio é o cartão de visitas do estabelecimento,
que vai causar a primeira impressão, boa ou ruim, junto ao cliente.
Infelizmente,
é comum encontrarmos no Cardápio ordenamentos errados e ortografias duvidosas
em português e em idiomas estrangeiros,
como o inglês, o espanhol, alemão e francês.
Existem
regras que devem ser observadas, e que de certa forma facilita a compreensão
dos clientes. Dentre elas, o ordenamento dos pratos é regra universal.
O
ordenamento clássico a ser seguido, segundo Eugen Pauli, é:
1.Hors-d’oeuvre froid
2.Potages
3.Hors-d’ouvre chaud
4.Poissons
5.Entrées
6.Plats du jour
7.Rôtis
8.Légumes
9.Entremets
10.Desserts
No
Brasil, a estrutura da “Carte de Mets” – Menu, Cardápio – é composta dos
seguintes grupos e na seguinte ordem:
1.Entradas frias
2.Sopas
3.Entradas quentes
ou
Massas e ovos
4.Pescados
5.Aves Prato
principal
6.Carnes
7.Queijos
8.Sobremesas: doces e/ou frutas
Em
cada um destes grupos, listam-se pratos e/ou sugestões com as explicações que
mais convém aos clientes, tais como: ingredientes, características, temperos
especiais, entre outras. Pode-se acrescentar, ainda, a “Sugestão do Dia” ou a
“Sugestão do Chefe”, normalmente colocada em primeiro lugar ou o mais à vista possível, para que a
sugestão seja realmente aceita.
Tais
pratos podem ser substituídos na medida em que não atinjam o objetivo esperado:
a venda. Uma curva ABC de venda de pratos é muito útil para controle de freqüência de pedidos.
Vários itens devem ser observados
para o “lay-out” e elaboração deste importante elemento de venda:
v
Visual – deve estar de acordo com a
decoração do local, a finalidade do estabelecimento o tipo de cliente esperado,
o tipo de serviço, procurando ser original e criativo: após o ambiente, o
cardápio é o primeiro contato do cliente com o atendimento da empresa.
v
Redação – o que se deseja informar
através do cardápio deve ser apresentado dentro de uma comunicação clara,
objetiva e gramaticalmente correta, facilitando a compreensão pelo cliente.
Quando forem utilizadas palavras em outro idioma, como na denominação do prato,
estas deverão apresentar-se absolutamente corretas, pois, de modo geral, são
usadas para comunicação com o nativo da língua. Logo abaixo do nome do prato, devem vir explicações, em
letras menores, sobre a composição do mesmo.
v
Evitar nomes fantasia, a não ser que sejam realmente conhecidos ou
bem explicados;
v
Evitar repetição de nomes: filet à moda, sopa à moda, creme à
moda, etc;
v
Evitar guarnições repetidas;
v
Evitar o uso freqüente de à ou ao;
v
O Material –
Material
impresso: o papel utilizado deve ser de boa qualidade
proporcionando uma impressão sem
falhas, sem manchas. Evitar no texto caracteres góticos de difícil leitura e
compreensão.
Capa: capas prontas já são
encontradas, em material resistente e em diversos tamanhos, sendo possível
gravar a marca do estabelecimento. A cor deve refletir a imagem do restaurante,
como por exemplo:
·
Marrom
e cinza: cozinha alemã
·
Laranja:
mexicana
·
Vermelho
e branco: chinesa
·
Amarelo
ouro: francesa
·
Vermelho,
verde, branco: cozinha italiana
·
Bege,
rosa, verde claro: atmosfera quente e doce, etc.
Obs: a capa e sobrecapa não devem ser patrocinadas por firmas
com o propósito publicitário de um produto ou marca registrada.
v
O
Preço – o preço dos
pratos deve ser colocado com bastante clareza e através de certos recursos,
tais como adesivos específicos e encaixes, podendo, assim, ser alterado quando
necessário, sem rasuras.
O número de
cardápios em uso deve ser suficiente para a capacidade de clientes no local.
ANÁLISE DE
MENUS E CARDÁPIOS COMO MARKETING E PLANEJAMENTO
O menu/cardápio é parte do marketing do
restaurante e indica o segmento de mercado a ser atingido.
A análise da procura vai nos mostrar o
que é produzido e vendido, e está diretamente relacionada com as necessidades e
exigências do cliente.
Na prática, o menu/cardápio reflete todo
o processo de produção do setor encarregado da preparação dos alimentos e do
serviço, e todo pessoal envolvido deve trabalhar em conformidade com o mesmo,
desde o comprador até o caixa.
O menu/cardápio pode ser analisado
através de diferentes aspectos, que podem ser agrupados em:
1. Menu/cardápio como instrumento de
Marketing
2. Planejamento e elaboração de
menu/cardápio.
Menu/cardápio como instrumento de
Marketing
Como instrumento de marketing ele está
voltado para sua capacidade de atrair cliente a um determinado estabelecimento,
num determinado local, com o objetivo de atender:
·
Necessidades
do consumidor.
·
Fatores
nutricionais.
·
Fatores
culturais.
·
Fatores
psicológicos.
·
Fatores
fisiológicos: idade, sexo, atividade, etc.
·
Fatores
operacionais: adequação à capacidade operacional da equipe, dos equipamentos e
instalações, e às condições de controle de pontos de perigo de contaminação.
·
Fatores
econômicos.
·
Fatores
sazonais: relação menor custo e melhor qualidade x utilização de produtos da
época.
·
Fatores
legais: observação de determinações em contratos.
·
Fatores
sociais: utilização do cardápio como ferramenta de integração social e de
desenvolvimento cultural.
·
Fatores
decorrentes da moda.
As necessidades do consumidor são
continuamente influenciadas pelo meio exterior, resultante da influência da
época do ano, do clima, do ritual cultural.
Exemplos: Natal = comidas típicas: peru,
rabanada, pinha, etc.
Num restaurante nem sempre é fácil verificar
se o consumidor está satisfeito, pois a maioria não reclama, mas também não
volta. Pode-se obter informações através de questionários, análise de vendas,
curva ABC, registrando as sobras dos pratos e examinando tendências.
Cardápio Infantil
Um menu
direcionado a esse público tem características bem definidas, começando pelo
preparo de pratos simples, com porções menores e nomes sugestivos que despertem
interesse. A listagem não deve ser extensa, e a apresentação deve ser atraente
às crianças.
Para
facilitar o trabalho da cozinha e sala, os pratos sugeridos devem ser
acompanhados de guarnições já definidas e empratadas.
Num
serviço de buffet,é muito mais fácil preparar a alimentação de uma criança do
que num restaurante “à la carte ”.
Neste
caso, alguns princípios devem ser obedecidos, tais como:
- O cardápio deve possuir um visual
atraente para as crianças e, inclusive, pode ser levado para casa, caso
seja assim desejado (é uma excelente peça promocional.)
- Os termos devem ser simples e de fácil
compreensão, contendo itens agradáveis a todas as crianças, como batatas
fritas, purê de batata, vegetais em forma de bichinhos, feijão, arroz,
espaguete, escalopes, entre outros.
- As porções devem ser adequadas às
crianças e o preço ajustado a tais porções – ressalta-se que alguns
adultos ou idosos poderão fazer uso destes pratos também;
- A oferta de pratos deve ser a mínima e a
mais a abrangente possível, para evitar confusões. Podem ser com carnes
vermelhas, aves, peixes, carnes suínas, e massas.
Carta de bebidas em geral e
vinhos
Este
elemento de venda do restaurante tem fundamental importância, pois mostra o
cuidado no atendimento ao cliente, complementando sua refeição com bebidas que
atendam ao seu gosto, tornando a refeição mais prazerosa. Esta carta pode estar
inserida no menu do restaurante ou ser apresentada sozinha.
Cuidar
da:
§
Apresentação gráfica e ortográfica
- Clareza
- Ordem de bebidas condizentes com a ordem
dos serviços dos pratos
- Facilidade para a escolha e o manuseio
- A escolha dos vinhos vai depender do
tipo do menu do restaurante.
É
aconselhável ter
- 20% de vinho com preço acessível
- 60% de vinho com preço médio
- 20% de vinho com preço alto
Uma
carta de vinhos muito extensa pode trazer escolha demorada e confusão ao
cliente, e lentidão no serviço.
Todos
os vinhos sugeridos devem constar na adega, pois cliente irritado não retorna.
Pontos
importantes
- verificar sempre os concorrentes
- vinhos que combinem com o menu e a
região
- vinhos “conhecidos”
- preços compatíveis com o público-alvo e
com os preços dos pratos
- o serviço deve combinar com a categoria
dos vinhos: rápido, correto e com as temperaturas de acordo com o tipo de
bebida
- caso não haja um “sommelier”, o “maître”
deve ter conhecimento dos vinhos oferecidos pela carta.
- Os vinhos servidos em jarras ou taças
(desde que de boa qualidade) também devem figurar no cardápio – inclusive
os de meia garrafa.
O cardápio de bebidas deve seguir um
ordenamento na distribuição dos diferentes grupos de bebidas, como a seguir:
Aperitivos
Vinhos
Vinhos nacionais
Espumantes
Brancos
Rosados
Tintos
Vinhos estrangeiros
Espumantes
e champanhes
Brancos
Rosados
Cervejas
Nacionais
Importadas
Destilados
Nacionais
Importados
Coquetéis
Águas
e refrigerantes
Sucos
diversos
Refrigerantes
Águas
minerais
Licores
Bebidas
Quentes
Café
Chá
Focal point
Um
ponto importante sobre o lay out do Menu, Cardápio ou Carta relaciona-se ao
“focal point” – regiões ou ângulos que atraem o olhar do leitor de diferentes
maneiras. Nas regiões e ângulos que atraem mais, pode-se colocar a “Sugestão do
Dia” ou outro produto que se queira incentivar o consumo/venda.
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