Histórico do desenvolvimento do transporte de passageiros
No início, o desenvolvimento do transporte se viu impulsionado basicamente por interesses
militares, administrativos e de negócios, uma vez que encontrava sua principal justificativa na
necessidade de transportar bens e produtos, geralmente no próprio país, com fins comerciais,
bélicos ou de caráter governamental.
Até o século XIX, os deslocamentos eram motivados pelas razões citadas anteriormente e, em
raras ocasiões, por férias. O transporte era rudimentar e lento, realizado basicamente a cavalo
ou em carroças e, quando se tratava de trajetos marítimos ou fluviais, o veleiro era o meio
utilizado.
De 1880 em diante, enquanto ocorria a Revolução Industrial na Europa e nos Estados Unidos,
implantou-se o invento da máquina a vapor no setor de transportes, que renovou estes meios e
causou nas viagens por prazer um aumento crescente. O desenvolvimento das redes
ferroviárias, como a primeira rede transcontinental nos Estados Unidos, o famoso Expresso do
Oriente que uniu Paris a Istambul e os primeiros barcos a vapor facilitaram e estimularam as
viagens entre diversos países e continentes.
O século XX trouxe uma importância cada vez maior aos transportes rodoviário e aéreo. Em
relação ao desenvolvimento do primeiro, seu impacto completo não foi sentido antes da
Segunda Guerra Mundial, a partir dos anos 50, quando o automóvel começou a ser acessível
para boa parte da população e se transformou num meio de transporte necessário a qualquer
pessoa; provocando o aumento imediato do turismo nacional, dada à facilidade que passaram
a ter as viagens dentro do próprio país e o uso cada vez mais generalizado do automóvel.
O desenvolvimento da aviação, depois de seu começo com os dirigíveis, recebeu um grande
impulso com a guerra e pouco a pouco, devido a contínuas melhorias tecnológicas em diversos
campos, foi ocupando o posto dos barcos e outros meios de transporte nas viagens de longa
distância.
Portanto, segundo evidencia a história, o surgimento de novos meios de transporte, mais
rápidos, cômodos e seguros, foi determinante no crescimento do turismo, de forma que novos
destinos foram acompanhados de novas rotas e meios de transporte para alcançá-los. Por
isso, pode-se afirmar que o desenvolvimento dos setores turístico e de transportes encontra-se
intimamente ligado e segue um processo paralelo e de muita influência.
Relação existente entre transporte e turismo
Historicamente, o desenvolvimento do turismo está muito ligado ao do transporte, uma vez, por
definição, o turismo implica em deslocamentos para fora do lugar de residência habitual. Então
o transporte é o meio de alcançar o destino turístico e também de mover-se no seu próprio
destino.
O transporte turístico é aquele modal utilizado para a interligação entre o seu local de origem e
um destino turístico primário (destino principal) e/ou a ligação deste com um ou mais destinos
secundários. Existem situações em que os únicos passageiros são os turistas: sightseeing,
cruzeiros marítimos e vôos de fretamento. Só pode considerar-se transporte turístico aquele
destinado exclusivamente ao transporte de turistas, todavia, os serviços utilizados pelos turistas
também são utilizados por outras pessoas (homens de negócios, estudantes, emigrantes, etc),
o que torna difícil distinguir se aquele serviço é ou não turístico.
Assim como o incremento do turismo tem sido propiciado, em grande parte, pelo
desenvolvimento dos meios de transporte, em sentido inverso, a crescente demanda turística,
por sua vez, tem propiciado o desenvolvimento dos serviços e dos transportes e a melhora na
qualidade dos mesmos.
Modais de transporte
Os modais de transporte de passageiros são: aéreo, rodoviário, ferroviário, aquaviário
(marítimo, fluvial e lacustre). E as interfaces entre os modais são: aeroportos e heliportos,
portos, estações ferroviárias, estações rodoviárias ou “locais combinados”, estacionamento de
locadoras.
Os transportes podem ser divididos em diversas categorias e modos. Algumas das principais
definições ligadas aos transportes são:
-Transporte doméstico: Transporte efetuado dentro dos limites geográficos e do
espaço soberano de um determinado país.
-Transporte internacional: Transportes efetuados entre dois ou mais países soberanos
e abrangidos por acordos bilaterais e/ou multilaterais.
-Transporte intramodal: Utilização de dois ou mais meios de transporte diferentes no
transporte de pessoas e/ou cargas.
-Transporte não-regular: Transporte ocasional, efetuado em regime de fretamento(s).
-Transporte regular: Transporte sujeito às condições estabelecidas por contrato de
concessão, celebrado entre o Estado e uma empresa transportadora, em que figuram as
obrigações da concessionária no que se refere à sua rede de operações, equipamentos
utilizados, freqüência de horários, tarifas, normas e condições de transporte.
-Transporte de superfície: designação que se dá a qualquer meio de transporte com
exceção do transporte aéreo.
Elementos do transporte
Podemos identificar quatro elementos básicos em qualquer sistema de transporte, que são:
-Vias: é o instrumento de viagem utilizado por um meio de transporte. Podem ser
puramente artificiais como rodovias e ferrovias, ou naturais como água e ar. Estradas, ferrovias
e vias fluviais restringem veículos a se movimentarem por um padrão específico, ao passo que
o mar e o ar permitem uma flexibilidade. Entretanto, as regulamentações internacionais
demarcam rotas e corredores marítimos e aéreos, de modo que os procedimentos
padronizados de operação são aplicados no mundo todo, limitando a liberdade destas vias.
-Veículo: meio de transporte propriamente dito. O veículo que possibilita o movimento.
Cada via demanda uma forma diferente de unidade de transporte; aviões para o céu, navios
para o mar, veículos para as estradas e trens ou bondes para os trilhos.
-Força motriz: meio utilizado para movimentar os veículos. A força motriz está
intimamente relacionada com uma série de questões como a capacidade e o tipo da unidade
de transporte, a demanda, e a velocidade e autonomia desejadas para o veículo.
-Terminal: Os terminais dão acesso à via para os usuários, ou funcionam como
intercâmbio entre diferentes tipos de via. O terminal mais simples é o estacionamento de um
carro particular, ao passo que mais complexo é um aeroporto. Na verdade, a maioria dos
2Disciplina: Transportes Turísticos
Profª. Roberta Abalen Dias
terminais está se transformando em pontos de transporte integrado, já que atuam como
intercâmbios, onde os viajantes podem se transferir de veículo ou meio de transporte.
Classificação
Os transportes também podem ser divididos entre públicos e privados. O transporte público é
aquele em que o acesso é permitido a qualquer pessoa, desde que esteja apta a usufruir aos
benefícios do mesmo. Transporte privado é aquele restrito a uma determinada pessoa ou
instituição (carro particular, vôo fretado, ônibus contratado, etc).
À distância da origem e o tempo da viagem, desde que disponíveis todos os tipos de via de
deslocamento, determinam qual o tipo de modal de transporte será preferencialmente utilizado:
Até 250 quilômetros: o automóvel particular é o veículo mais utilizado seguido de perto
pelos demais transportes rodoviários. Neste tipo de percurso é antieconômico a
utilização de aviões.
Viagens até 1.000 quilômetros: transporte rodoviário ou ferroviário.
Viagens acima de 1.000 quilômetros: o transporte aéreo, com a recente redução de
tarifas, tornou-se bastante atrativo para todas as camadas sociais.
Na Europa, América do Norte e Japão, o transporte ferroviário vem se desenvolvendo
bastante com o surgimento dos trens de alta velocidade.
Análise comparativa dos diferentes meios de transporte
Por rodovias (automóveis):
Controle do itinerário e das paradas no caminho
Controle da hora de saída
Possibilidade de levar muitas malas
Possibilidade de usar veículo como alojamento
Privacidade
Mobilidade de destino
Aproveitamento por parte do usuário de preços baixos
Trens:
Segurança
Possibilidade de desfrutar da paisagem
Possibilidade de andar pelos vagões
Chegada ao destino descansado
Conforto
Não sofre engarrafamentos
Aéreos:
Velocidade
Flexibilidade
Serviços em terra (facilidades em terminais sofisticados)
Incentivos aos usuários fiéis (bônus de quilometragem)
Vôos fretados: preço
Marítimos:
Segurança
Cruzeiros: diversão e entretenimento
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